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domingo, 26 de janeiro de 2014

Inconveniências da madrugada

Estou esperando amanhecer pra que eu possa dormir em paz, esperando que tu apareça ou que pelo menos eu consiga te imaginar mais perto, esperando que as coisas mudem sem que eu precise sair da cama, esperando tudo e não querendo nada. Também espero que não fique chateado comigo por isso, mas é preciso que tu saiba de algumas coisas. Uma delas é que eu sempre vou escrever sobre você, sobre nós, sobre o que eu sinto e qualquer um vai conseguir perceber isso. acostume-se com a ideia de ser a obra prima de alguém que não consegue guardar lembranças boas e ruins que não seja escrevendo. É por isso que te escrevo, te descrevo, porque eu te guardo e não te esqueço, simples não é? Não sei se tu conseguiu perceber isso sozinho, mas onze meses atrás -quando eu ainda não te conhecia- eu me sentia vazia, não porque faltava algo mas sim porque eu joguei tudo fora, me esvaziei por inteira pra poder receber alguém, alguém que não parecesse nada contigo, alguém que eu não conhecesse num carnaval, alguém que não sentasse em cima do meu óculos, não se atrasasse tanto pra fazer coisas simples do cotidiano, que não furasse meus olhos toda vez que tenta acariciar meu rosto e que principalmente não cantasse no celular por horas. Mas eu sei que essa pessoa que eu esperava encontrar não iria viajar por dez horas conhecer uma ruiva sem sardas -até porque a alfaparf nunca prometeu fazer milagre- com o pé enfaixado por culpa das formigas (?) que gosta de sorvete de morango e não tinha a mínima intenção de gostar de alguém que havia visto por menos de dois dias, logo, eu não esperava gostar tanto assim de ti nesse curto espaço de tempo. Mas então foi assim: a gente se conheceu de um jeito engraçado, tu veio pra cá sem pensar direito no que estava fazendo, vivemos uma história muito bonita e depois de dez meses tropeçamos num amor recíproco impossível. Depois do destino nos entrelaçar, depois de tu conhecer minha família, depois de eu conquistar tua irmã mais nova, depois de eu conseguir me declarar de verdade e me permitir sentir algo por outra pessoa que não fosse medo/receio de me aproximar, veio uma tempestade forte e tudo mudou, veio o medo do que poderia acontecer depois. Tudo mudou porque não somos da mesma cidade, mudamos porque eu sou cinco anos mais nova do que tu e ainda não sei o que é dividir trabalho, faculdade, banda, amigos e namorado num dia só, eu só sabia te esperar, esperar uma ligação, uma mensagem, eu esperava qualquer coisa por madrugadas à dentro e acabava dormindo -te- esperando. Mudamos porque o amor não salva tudo, mas explica muita coisa (explica o fato de eu continuar te esperando madrugadas à dentro mesmo depois de três meses do nosso quase fim). Será que mudamos tanto à ponto de não nos reconhecermos mais? A ponto desse amor se tornar fumaça e que cada uma siga sua vida fingindo que foi melhor assim? Eu não sei, aliás eu não sei de muita coisa.... não sei fingir que estou seguindo em frente, não sei dar um tempo pra nós dois, lidar com a insegurança? Esqueça, mas por favor não me esqueça. Acho que eu fui seu primeiro amor, tu sempre me afirmava isso, mas eu tenho que te confessar....... não foi a primeira vez que eu amei alguém, mas foi a primeira vez que alguém foi capaz de me amar e ter coragem de romper todas as barreiras que eu imponho frente aos meus sentimentos, é a única coisa que eu sei até agora. Somos muito diferentes, mas não éramos daqueles casais que se completavam, ambos já vieram suficientemente cheios de experiências, carregados de momentos, éramos daqueles casais que transbordavam pra todos os lados, não vejo motivos pra não continuarmos transbordando, bordando saudades no travesseiro, escrevendo poemas pra guardar lembranças, cantando músicas aleatórias no celular, brincando de lesminha e principalmente dando um beijo de adeus pelo menos uma vez por mês. Vim aqui te pedir pra que fique um pouco mais -aqui dentro-, seja um pouco mais, me tenha um pouco mais, mas por favor: não me subtraia, não me substitua, não me subestime; Sou capaz de envolver tua mão na minha e não te soltar nunca mais. Tu me confunde o tempo inteiro, me deixa com o coração raso com as tuas respostas vazias e confusas, não sei o que espera de mim, não sei o que esperar de ti, eu só queria que o tempo voltasse a soprar ao nosso favor ou que eu tenha forças suficientes para andar contra a corrente e tentar mais uma vez te convencer: sou eu e mais ninguém. Achei engraçada as tuas razões pra determinar o fim, achei porque tu procura algo que eu convivi a vida inteira, deseja estar sozinho e precisa de um tempo indeterminado pra poder ter uma conversa séria com a solidão. Tudo o que eu queria agora era não ter que conviver com ela, não precisar sufocar amor algum, não tentar me convencer que o esquecimento cura, ele só engana. Como esquecer tudo isso? Quero que me responda como foi que conseguiu. Não sou meios termos, não te dou tempo, não te ofereço minha companhia (até porque tu não precisa dela), eu não sou tua amiga, ou eu sou tudo ou não nos resta nada. Foram momentos inesquecíveis, marcantes e que vou levar pra toda vida, mas não me peça pra ficar, não agora que tudo o que eu quero não pode ser alcançado, não agora que eu preciso seguir em frente e não tenho conseguido, não agora que as tuas intenções mudaram em relação ao nosso não-relacionamento. Adeus é uma palavra muito forte pra ser dita por alguém que deseja te ver todos os dias no mesmo lugar, aqui dentro. Não te quero por conveniência, não te quero por meios termos, te quero quando eu também for o teu querer, te quero quando a solidão desolar teu coração, te quero mesmo quando eu te digo que vou te esquecer . Um tempo pra nós dois, um fim pra confusão de medos e sentimentos que isolaram nossos corações e um recomeço pra todo o amor que deseja ressurgir do sofrimento que a distância impõe aos corações mais imprudentes.

2 comentários:

  1. Gosto muito dos teus textos, a tempos acompanho... Conheço por cima toda essa história que tem descrito nesses últimos meses, e posso dizer que escreve muito bem. Provavelmente não faz ideia de quem eu seja, mas acho você uma pessoa bem legal. Não desanime eu fique triste, um dia tudo irá melhorar. Se cuide :D

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  2. Muito obrigada pelo elogio, me faz bem saber que existem pessoas que gostam dos textos/poemas que eu produzo sobre a minha própria vida. Eu realmente não sei quem possa ser, espero que possamos conversar algum dia, mas a vida anda pra frente! Cuide-se também (=

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