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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Leia as entrelinhas

O que passou, não vai passar dentro de mim
- Meu amor não vai desistir tão fácil assim-
Eu te escolhi em meio á tantos para serem escolhidos
- Me escolha dessa vez, meu amor não é finito -
E assim, tão dolorida vai ser a despedida
-Não precisamos nos despedir-
Te vi chegando com um sorriso encantador
- Não é necessário ir embora com um coração partido-
Tenho dentro de mim, a vontade de ser tua
- Vamos juntos tentar outra vez-

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O pecado de uma Bailarina

Que linda era essa bailarina
Não tinha medo de cair e sorria mesmo com o coração desamparado
Balançava minha alma com seu jeito de dançar
Que linda era essa bailarina.....
Me ensinou a valorizar a beleza dos teus passos
E se foi pra longe, onde meus olhos não puderam acompanha-la.

Pecar é impedir uma bailarina de dançar
Arrancá-la do palco, sabendo que lá é o seu lugar
Viver sem a graça do seu sorriso, é viver sem conhecer a paz
Quem nunca se apaixonou por uma bailarina
Não conheceu o lado irônico, dolorido e amargo de amar.

Te deixo dançando na sala de estar
Te espero meu bem, não tenha pressa pra chegar
Quero teu sorriso, e prometo te proteger de toda dor
Existe uma certa bailarina, que tem  todo o meu amor.


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Moço das pernas bambas- parte 3

Lembro-me muito bem desse momento, eu estava sozinha na frente do palco, dançando e cantando músicas da qual eu não costumo escutar e apreciar, mas eu me divertia assim mesmo. Meus irmãos estavam bebendo e eu definitivamente não sou uma boa companhia nessas horas, já que nunca senti o gosto do álcool na minha boca, então eu estava sozinha, sem amigos, sem pais, sem irmãos; completamente sozinha. Foi quando eu olhei pra trás a procura da minha irmã, já que meu pai estava procurando por ela, foi quando me deparei com um sujeito me olhando, que por sinal tinha um sorriso muito bonito - sim, ele estava sorrindo pra minha direção- virei logo pra frente e fingi que não havia acontecido nada, até porque não tinha mesmo. Olho sem querer pra trás de novo e ele estava ligeiramente mais perto de mim dessa vez, continuava sorrindo, tive certeza de que era pra mim, olhei pra frente desconcertada e podia sentir um sorriso de canto na minha boca que se abriu involuntariamente. Quando me dei por conta ele estava do meu lado dançando, eu achei aquela situação engraçada já que ele dançava muito mal, mas o mais engraçado disso tudo foram as tentativas frustradas dele de me puxar pra dançar, foi quando tive que avisa-lo que meu pé estava machucado e que dançar era uma das coisas da qual eu não podia fazer daquele jeito. Foi quando ele se abaixou no meio daquela multidão pra olhar o meu pé mais de perto, se prontificou de tirar todas as latinhas que podiam me machucar e avisou todas as pessoas que estavam passando ao nosso redor para tomarem cuidado por onde pisam, pois havia uma guria com o pé machucado do lado dele. Eu achei ele diferente, todos os guris nas quais tentaram ficar comigo naquelas noites de carnaval pouco se importaram com meu pé, não sorriam pra mim antes de me pedir um beijo, e não dançavam estranho pra fazer eu me sentir a vontade em dançar de um jeito estranho também, não, ele foi o único e eu nem sabia o seu nome. Me senti cansada de ficar em pé e ele logo se prontificou em me levar pra caixa de som e me deixar sentada lá enquanto ia ao banheiro. Lembro que ele deixou comigo o seu chapéu de palha da banda verde e prata -descobri dias atrás que era pra eu não fugir dele auhuheuhe- minutos depois ele voltou e logo em seguida tocou Anna Júlia, dos Los Hermanos.

Eu fiquei eufórica, pedi ajuda dele para descer e dancei como se nunca tivesse machucado meu pé, ele dançou e cantou junto comigo, parecia que nos conhecíamos há muito tempo, foi quando conversamos pela primeira vez. Seu nome era Sandro e ele tinha 19 anos, fiquei espantada já que ele tinha carinha de 16 -e também porque eu só tinha 15 anos- Falamos diversas bobagens, até que ele se aproximou de mim, foi quando eu me adiantei e lhe abracei sem pensar muito no que estava fazendo e na promessa que quebraria poucos instantes depois. Sempre fui uma guria de iniciativas, tanto para mudanças quanto para relacionamentos, nunca tive medo de me declarar abertamente, nunca tive medo de ser quem eu era, foi quando ele se abaixou e parecia querer dizer alguma coisa no meu ouvido e de novo lá estava eu lhe poupando de tomar a iniciativa e falar algo que eu possivelmente não gostasse, foi quando eu lhe roubei um beijo. Não foram borboletas no estômago, meu pé não se levantou involuntariamente, não foi um beijo de novela, foi melhor que isso, ele foi real. E a realidade pra mim é muito mais bonita do que fantasias não realizadas

20 de Abril- parte 6

Depois da páscoa ele veio outras vezes me visitar, numa dessas, no dia 20 de abril, foi quando concretizamos nosso namoro, sim, um namoro á distância. Não foi um pedido romântico e confesso que se tivesse sido planejado não teria sido tão marcante, não seria tão sincero. Conheci diversas coisas nele, o jeito que ele dorme, que me abraça, os seus sorrisos, descobri pela sua voz quando estava querendo me contar alguma coisa. Aprendi a reparar nos seus detalhes, aprendi a amá-lo do jeito que ele era, e ele era bom pra mim, depois daquele carnaval muitas coisas aconteceram comigo, meus pais se separaram e voltaram um mês depois, voltei a fazer ballet, o que era um grande sonho meu, engordei, depois emagreci e logo engordei de novo, perdi minha cadela e diversas outras coisas, e em todos esses momentos, bons e ruins, eu tinha alguém que me apoiava, me divertia, me amava e compreendia os meus monstros. Eu parei de escrever poesias das quais a vítima era eu, e passei a escreve-las de uma maneira mais doce e delicada. Hoje completará oito meses desse amor meio louco entre uma ruiva sem sardas e um cara com as pernas bambas, desses oitos meses pelo menos três foram os que eu não pude vê-lo, e quer saber? Por mim tudo bem, pode se passar um ano sem poder ver o teu sorriso lindo, que eu tenho certeza que no momento que eu te encontrar vai valer a pena toda essa espera. Eu te amo em todas as circunstâncias,  de todas as maneiras e não me arrependo de ter dado uma chance á ti, á mim e ao nosso amor. Eu tenho um melhor amigo que posso chamar de amor, eu nunca poderia imaginar que aquele cara um dia fosse capaz de lagar tudo para ver a sua ruiva sem sardas.

Páscoa- parte 5

Quando cheguei em Porto Alegre me senti estranha, não queria estar ali, queria conhece-lo melhor. Trocamos mensagens pelo facebook por muito tempo, eu me vi cada vez mais apegada a ele, estava confusa com aqueles sentimentos embrulhados dentro de mim, ele queria me ver novamente, mas eu não tinha certeza se compartilhava do mesmo desejo que ele. Eu tinha medo da distância, eu tinha medo de me apaixonar, tinha medo de diversas coisas naquele momento, medos que eu nunca havia sentido. Não era justo depois do que eu havia passado em 2012 manter um relacionamento a distância, coisa que eu abominei por anos. Foi aí que tive uma conversa séria com o Sandro, disse que era impossível manter aquilo, que ele não deveria se apaixonar por mim e que seria melhor nos tornarmos apenas amigos. Eu queria uma vida nova em POA, namorar com um cara da minha cidade natal não era bem o planejado. Lembro que ele ficou arrasado, triste de verdade, mas não desistiu de mim, não desistiu de nós, mesmo quando eu não dei nenhuma chance de termos algo, ele foi atrás de mim, queria meu número de telefone, e eu passei. Quando ouvi sua voz pela primeira vez depois do carnaval, me passou pela cabeça todos os momentos bons que ele havia me proporcionado, mesmo não me conhecendo me fez mais feliz do que eu havia sido durante muito tempo, mesmo com ele eu me sentia livre, me sentia de bem com a vida, lembrei do quão foi bom beija-lo, me permiti sentir saudades daquele carnaval, me permiti ter saudades daquele guri. Foi um baque, quando me dei conta havia combinado de ver ele na páscoa, disse que teríamos uma chance se ele viesse até mim, e ele veio. Viajou mais de 10 horas pra ver uma guria na qual conheceu por menos de um dia, deixou de ir numa festa badalada com os amigos pra conhecer meus pais e minha família, foi a maior prova de interesse que ele poderia dar pra mim. De quebra eu acordei com cólicas naquele dia e não pude busca-lo na rodoviária, em vez de mim, foi meu pai que ele encontrou para buscá-lo. Quando vi ele na porta do meu apartamento meu coração não disparou, pelo contrário senti ele aliviado e calmo, como se eu tivesse encontrado a paz que eu procurava, havia encontrado ele, parecia que nunca tínhamos ficado um longe do outro.

Quebrando promessas- parte 4

Pronto, lá estava eu encantada por um cara que conheci meia hora antes, sentamos na caixa de som perto do palco e lá ficamos conversando, soube que ele era baterista, tocava numa banda de amigos, soube também que os amigos dele foram meus amigos de infância, sua melhor amiga também tinha sido a minha melhor amiga, iria iniciar o curso de engenharia elétrica naquele ano e também soube que ele não deveria estar lá naquela noite, assim como eu ele tinha outros planos, ficar em Águas de Chapecó curtindo o carnaval de lá, mas não foi isso que aconteceu. Ficamos horas conversando, curtindo a última noite de carnaval, todos os nosso conhecidos vieram nos "parabenizar" inclusive meus pais, cena mais engraçada impossível. No final da noite lá estava eu tomando a iniciativa de novo convidando-o para tomar sorvete na única sorveteria da cidade no outro dia de tarde, ele aceitou na hora, me levou pra casa e nos despedimos. No outro dia na sorveteria ele escolheu sorvete de chocolate e eu de morango, conversamos muito e mesmo depois de termos terminado o sorvete, ficamos por lá mais de uma hora. Depois fomos para casa de um amigo dele -que também foi amigo da minha irmã na minha infância- e lá ficamos pelo resto da tarde, parecíamos um casal, parecia que namorávamos há anos, porém nos conhecíamos por poucas horas. No final do dia me vi apegada em alguém que eu mal conhecia e me veio de quebra um pensamento muito ruim: eu voltaria para Porto Alegre naquela noite, não poderíamos ser um casal. Quando foi de tardezainha eu tive que subir arrumar minhas malas, ele acreditava que me veria novamente, eu já não contava com isso, não houve despedidas, ele claramente estava me dando um até logo.

O carnaval de 2013- parte 2

Lá estava eu, indo pra o interior do Rio Grande do Sul reencontrar minha cidade natal da qual fazia tempo que não visitava, a cidade se chama Iraí. Fui com a minha família e nos hospedamos na casa da minha vó, era época de carnaval e eu iria "desfilar" na "escola de samba" na qual meus pais ajudaram a fundar, ainda na minha infância. Dia 9 de fevereiro era o primeiro dia do desfile, eu estava muito nervosa e não conseguia olhar para o lado pra saber o que estava acontecendo, o que de fato aconteceu naquela noite foi que eu pisei num formigueiro e de quebra descobri que tinha alergia á formigas: pronto, meu pé encheu de água e ficou deveras inchado, o que me forçou a enfaixá-lo. No dia seguinte teve show na praça e mesmo com meu pé direito machucado, eu consegui ir sem problemas, encontrei alguns amigos de infância e me diverti como a muito tempo não me divertia, aquele sentimento de liberdade do qual pude experimentar no final de 2012 foi revelador, finalmente voltei a ser quem eu sempre fui, uma pessoa alegre e de bem com a vida. No dia 11 meu pé piorou e tive que procurar por remédios na farmácia, caso contrário não suportaria mais uma noite de desfile e uma madrugada de show, de tarde fiquei com alguns amigos e matei a saudade relembrando histórias engraçadas naquela cidade, foi quando eu voltei pra casa e adormeci por algumas horas. Minha mãe não me acordou para me arrumar, acordei assustada com o barulho de secador ligado e soube que todos já estavam se aprontando para a última noite de carnaval, e meus pais achavam melhor eu ficar em casa por conta do meu pé, insisti em ir e consegui convencê-los que estava bem. Uma hora depois lá estava eu pronta pra desfilar na frente do Banrisul, consegui me entrosar mais com antigos amigos, depois do desfile viria o show e eu mal poderia prever o que aconteceria em seguinte.

Depois da experiência nada legal que tive em 2012 com relacionamentos amorosos (ou a falta deles) me prometi um pouco mais de amor, em vez de desperdiça-los com outras pessoas, o que isso significava? Simples, eu não queria ficar com ninguém, recusei todo tipo de cantada que o carnaval propõe, eu queria me divertir e tudo o que eu menos precisava naquele momento era de homem, de me prender em outra pessoa e foi exatamente isso que aconteceu naquela segunda feira de carnaval, eu bem sei que não sou boa em cumprir promessas.

27 de dezembro- parte 1

Era 27 de dezembro de 2012 -creio eu- quando me livrei do sentimento mais doloroso que tive a oportunidade de conhecer naquele ano, tudo nele me atraía e me deixava completamente apavorada, eu sentia medo, e gostava dele. Já fui aquele tipo de guria que se apaixonou pelo cara errado (errado de todas as formas) também fui dessas gurias que se declarava incansavelmente para o dito cujo, esse que se demonstrava compreensivo mas que provavelmente ria das minhas tentativas de conquista-lo. Era dessas gurias apaixonadas pelo mesmo guri que sua melhor amiga, e não existe desconforto maior do que esse. Essa fui eu em 2012, o ano inteiro sofrendo por alguém que não tinha intenções de gostar de mim, escrevendo poemas tristes e apaixonantes, para poder colocar em algum lugar aquele sentimento doido e devastador que eu criava dentro de mim mesma. Essa fui eu, que não procurei por um novo amor, não olhei para outros olhos, não quis escrever pra mais ninguém. Eu era infantil -não que eu ainda não seja- e muito boba, e hoje vejo que foi bom ter vivido essa experiência, pois tive que experimentar algo que até naquele momento não sabia o gosto: amor próprio. No dia da minha formatura de conclusão do ensino fundamental, eu despejei tudo, esparramei palavas no colo dele, esbanjei sinceridade e disse á mim mesma que aquela era a minha última declaração de amor. Foi um adeus bem bonito, daqueles que a mocinha sai perdendo e todo mundo se emociona com o final nada feliz, mas vale lembrar que estava longe de ser um fim.

Naquela noite eu voltei pra casa com um sentimento maravilhoso dentro de mim: a liberdade, descobri naquela mesma noite que nunca tive amor pra oferecer à ele, pois não tinha amor nem para oferecer à mim mesma, descobri que eu apenas despejei minha vontade insana de me sentir amada em alguém que eu sabia que tornaria isso impossível, e muitas vezes me foi provado que eu gosto de coisas impossíveis, por isso tentei tantas vezes, chorei mais de litros, gritei com o mudo inteiro tentando ser ouvida, escrevi pra não despertar a raiva que chegava á mim de maneira bruta. Depois da minha formatura não houve mais lágrimas pra cair, não houve arrependimentos, aliás, nunca mais vi aquele coração inconsequente e o seu dono sem empatia, e sinceramente? Nunca senti falta sequer de um dia que convivi com ele, é como dizem: o passado serve apenas para apender a valorizar o nosso presente; e que presente maravilhoso estava por vir.

Disfarces

Vejo gente disfarçando a infelicidade
Com passos apressados, sempre reproduzindo o desespero
Em todas as ruas dessa cidade, eu vejo a dor em sorrisos tortos
Eu vejo a vida de maneira iludida, de certa forma errada
Pois acredito que um dia ainda vou me surpreender
Poderíamos ter vivido tanto, se não tivéssemos tanto medo de viver.

Usamos máscaras todos os dias das nossas vidas
Tentando desesperadamente disfarçar
A solidão que cada um leva dentro de si
Falamos sobre como nossa vida é perfeita, excluída de danos
Lembramos todos a nossa volta como somos felizes de verdade
E tentamos cicatrizar feridas totalmente em vão
Pois são essas feridas que nos fazem ser o que somos hoje
Nos fazem únicos, nos fazem livres, os erros nos tornam humanos.
E a vida perfeita que tanto deseja?
Sinto muito lhe informar meus caros, mas essa simplesmente não existe.
Aliás, existe coisa mais sem graça do que a perfeição? Creio eu que não.